ANÁLISIS | SIGNIFICADO

Na época de 1967, o mundo se abriu para mim, dando início à minha jornada. Criado em São Cristóvão e residente de Madureira, cresci escalando ladeiras desde pequeno. As lembranças da minha infância no final dos anos 70 são vívidas: as férias, Padre Miguel com sua bateria estonteante, o Mestre André sempre determinado, e os jogos de futebol nas ruas e nos campos. Meu tio, um figuraça, sempre com seu bate-bola, impondo respeito por onde passava.

Os carnavais nas ruas eram perigosos e divertidos, mas, graças ao meu pai e à turma da tramela, sobrevivi ileso. Lembro-me com carinho do Cassino Bangu, onde curtia o funk e admirava as mulheres dançando. A música de Kool and the Gang, Gap Band e James Brown ecoava alegria e celebração, sem preocupações.

Desafiador era o Andaraí, onde pichar muros significava correr de perseguições. A vida de molecada era cheia de aventuras, desde dar calote no ônibus para ir à praia até desafiar as ordens da lei. Apaixonado pelo Flamengo, acompanhava cada jogo no Maracanã, vibrando com Zico, Adílio e Júnior, alimentando meu amor pelo rubro-negro.

O skate se tornou uma paixão, proporcionando a sensação única de voar com um ollie-air. Os eventos no Norte Shopping, as músicas no Circo Voador e as vendas na 13 de Maio faziam parte da rotina agitada, sempre ligado ao movimento musical e cultural da época.

Marcelo D2 traz sua essência brasileira e carioca no flow, exalando autenticidade em suas rimas. Ele abraça a vida com leveza, saudando a mistura de elementos como mulher, skate e música. Sempre fiel a si mesmo, ele segue em frente, desfrutando da vida e mantendo sua essência.

Assim, a história de Marcelo D2 em “1967” é um convite para mergulhar nas raízes, na cultura e nas memórias vivas de um tempo cheio de vida e autenticidade.

Letra de 1967
Vídeo de 1967